sábado, 7 de janeiro de 2012
"MORTAL" - LÍGIA SAAVEDRA
Mortal
As paredes gritam com um alvo silêncio
A cura se fará com... No tempo ditado por Ele
Escuto mas não creio, enlouqueço. E pranto.
O que merecerá a dor?
Qual o premio pela minha impudência?
Onde estão meus cabelos?
Foram-se com a fé.
Acreditando em viver e ponto
E baseado no prazer por prazer
Dormi com a harpia e acordei nada.
Roubou-me a cor do sangue
E quando me encontrar a devolverá em pó
Pois dele viemos
E a ele me devolvo.
A ferida na alma não dói. Agoniza.
O temor da Hora adianta a angústia
Penso no Pai a quem nunca busquei. E pranto.
O que merecerá a morte?
De que vida fui feito que, como Noélio, não escrevi?
Fechem-se as cartas e postem-se as lágrimas
Que há tantas para o amor quantas há para chorar.
Lígia Saavedra
Publicado no Overmundo em 23.10.2007
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