sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O DIÁRIO DE KAXI - UM LIVRO DE DANIEL MUNDURUKU
Um curumim descobre o Brasil
Um indiozinho vai à cidade pela primeira vez. Para ele, é tudo tão diferente do mundo que conhece... Será que ele vai gostar?
O legal deste livro é que ele foi escrito por um índio de verdade. Daniel Munduruku é professor de “Educação em Valores Humanos” em universidades de São Paulo e de Minas Gerais – como se fosse uma disciplina que mistura várias filosofias. Além disso, ele cria atividades culturais para a formação de crianças e já viajou lá para a Europa, para contar o que sabe, o que ensina e o que aprende com seu trabalho.
Quando escreveu esta história, Daniel pensou em contar aos leitores o que as crianças da sua aldeia imaginam sobre a cidade. Elas vivem de outro jeito, mas são curiosas, como você também deve ser. E fazem muitas perguntas aos índios mais velhos sobre como é o jeito de viver do homem branco, que eles chamam de pariwat. Pois é! Aí está outra coisa bacana deste livro: ao longo da leitura, você vai conhecer muitas palavras indígenas.
O autor do livro é um desses índios que já visitou a cidade e conta suas experiências para a garotada que inventa mil coisas na cabeça quando junta os pedacinhos do que escuta. E foi de acordo com essa imaginação - como se fosse um desses ouvintes - que ele criou o personagem principal do livro, Kaxi. E já que a história fala das crianças da aldeia, foram elas mesmas que fizeram os desenhos superbonitos que enfeitam o livro. Uma delas é a que ilustra a capa.
Kaxi começa a descobrir como é sair da tribo onde nasceu. Ele chama os prédios de “caixinhas de morar”, por parecerem um tanto com embalagens como essas que os índios usam para guardar mandioca ralada uma em cima da outra. Dentro deles, outra caixinha que sobe e desce chamada elevador e lá fora caixinhas em cima de rodas, os carros. Os velhos da aldeia ensinam que o céu é redondo, então por que pensar em construir tudo em formato de caixas? Essa é uma das dúvidas de Kaxi, que se assusta e se surpreende durante sua viagem.
Esse livro é uma oportunidade para olhar para o nosso modo de vida de outra forma, conhecer outra cultura e, principalmente, respeitá-la. Se todo mundo fosse igual, o dia-a-dia seria tão previsível que não teria a menor graça, você não acha?
Fonte:
planetasustentável.abril.com.br
Daniel Munduruku, natural da Aldeia Munduruku no Pará, é graduado em Filosofia,
tem licenciatura em História e Psicologia e é doutorando em Educação na Universidade de São Paulo.
É autor conhecido nacional e internacionalmente.
Vários de seus livros receberam prêmios no Brasil e no exterior.
Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República.
Diretor-presidente do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual - INBRAPI. Pesquisador do CNPq
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