sexta-feira, 8 de abril de 2011
"DEUS" PARA JEAN-PAUL SARTRE
O homem deve ser inventado todos os dias, sintetiza Sartre.
É através da liberdade que o homem escolhe o que há de ser, escolha sua essência e busca realizá-la. É a escolha que faz entre as alternativas com que se defronta que constitui sua essência. E é essa escolha que lhe permite criar seus valores. Não há como fugir a essa escolha, pois mesmo a recusa em escolher já é uma escolha. Ao escolher, o homem escolhe sua essência e realiza.
Como se processa a aquisição dessa essência? Justamente através das nações de projeto e de escolha, já mencionadas antes. Se o homem primeiramente, não sendo nada a principio, se a idéia de Deus é eliminada, se cada instante o homem primeiramente existe, se cada instante o homem tem de escolher aquilo que vai ser, então só a ele cabe criar valores sob os quais dirigirá sua vida. Criando-os, torna-se responsável por tudo que fizer.
O homem, conforme Sartre, não é nada mais que o seu projeto, só existe na medida em que o realiza através da série de seus atos. Se, no homem a essência precedesse a existência, ele não poderia ser livre, pois desde o princípio sua vida estaria predeterminada. O sucesso ou o fracasso dos atos do homem é sua obra; não lhe é permitido culpar os outros ou as circunstâncias pelos seus erros.
O mundo é opaco. O homem é definido por suas ações, e o destino está em sua ação que permite que ele viva.
Quanto do cogito, Sartre diz que o ponto de partida não pode existir a obridade. A verdade absoluta é o fato do homem aprender a si mesmo ser um intermediário.
Quando o homem se descobre, quando ele se compreende, ele não se prostitui, pois à medida que se encontra, o homem também encontra o outro. A liberdade do homem começa onde começa a do outro e não termina onde começa a do outro.
O homem só acontece na vida moral, escolhendo a uma moral. Ao buscar um projeto que esta na possibilidade de superação de si próprio é que o homem se realiza.
Para Sartre o homem vai além, superando-se. O existencialismo não é
um ateísmo engajado que se preocupa, mediante a ação do homem que se preocupa em provar a não existência de Deus, mas que se preocupa mediante a ação do homem que é o humanismo. “ O existencialismo é uma moral da ação, porque considera a única coisa que define o homem, é o seu ato. Ato livre por excelência, mesmo que o homem sempre esteja situado em determinado tempo ou lugar. Não importa o que as circunstancias fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”.
Para Sartre o importante não é se Deus existe ou não, mas sim entender e compreender o homem e sua humanidade em seu existir no mundo, mediante a sua ação frente a si e ao outro.
Jean-Paul Sartre
(Paris, 21 de Junho de 1905 — Paris, 15 de Abril de 1980) foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo na sociedade.
Fonte:
www.paradigmas.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom recordar.
ResponderExcluirUm abraço,
Doce de Lira