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domingo, 6 de março de 2011

LÍGIA SAAVEDRA - "MOMO, TRAGÉDIA DE MIM"


E eu de triste,
saltito entre os confetes
de encontrar ora a alegria,
ora o sorrir, ora a mim.

Vejo o branco da tristeza branda
entre o meu carpir sombrio
parecendo antes de ser,
como Ésquilo diria.

Lá fora há o furor do magote
cantos à festa profana,
mas meu silêncio denuncia
algo de ameaçador.
Princípio dito por Sófocles,
transportando o pensamento
fugaz pelo devaneio
de apagar-se.

Meu hoje diz à Eurípedes
"A vida, é sim a morte.
A morte, é sim a vida."
Passa o cortejo
resta a procela de mim
e choro...


LÍGIA SAAVEDRA

Um comentário:

  1. Amiga que belo desabafo!
    Parabens pela sensibilidade de unir o sagrado, o profano e a saudade de vc em um belo poema.
    lindo!
    Bjão

    ResponderExcluir

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