quarta-feira, 24 de março de 2010
AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM
"Escrita num momento especial no ano de 2007 esta poesia fala de devaneios, tristeza, alegria e esperança. Sensações e sentimentos de nosso cotidiano"
AS FLORES DE PLÁSTICO NÃO MORREM
Nas Trevas
Saiba você que para muitos ainda não existo, apenas resisto.
Sou um pensamento à sombra das diversas realidades.
Nunca concordei com a maioria
não torço pelo Flamengo e
só passei fome para fazer parte das estatísticas
Condenando à falsos viandantes
que a Hitler sim aplaudiriam
se ele holocausteasse a chaga social
tiro a máscara da hipocrisia poética
rebelando-me quando um texto muda minha prosa
e um filho me transforma a vida,
mas se morro para te agradar a quem desagrado?
Nua e sem defesa, abro a guarda para que luzes me cheguem
sejam elas de vácuo ou de átomos.
É luz.
E... Trocando de bem com Deus
o medo da reprimenda desaparece com a claridão.
Só isso é real.
Mas, e as flores?
Na Luz
Flores hão de beijar nossas vidas como Pedro
pois quando o nascer do sol suas pétalas abrir e o galo cantar
beija-flores brotarão a nossos pés
criando assim um limbo-azul.
O róseo-celeste desaparecerá
dando lugar a um marinho-estrelado.
Os amantes se beijarão como nunca
no verde-capim dos jardins
espalhando sêmen e povoando as cidades.
Então, grávidas de árvores brancas
as mulheres irão banhar-se no mar
rodeadas de cavalos-marinhos
que as levarão a sonhar
dentro de enormes conchas prateadas.
Nasce o Novo Mundo.
Das pedras brota o leite,
das árvores o pão
e o findo nunca existirá.
Ah! E lá não existe o plástico,
só eu.
LÍGIA SAAVEDRA
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