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terça-feira, 23 de março de 2010

ATÉ ONDE VAI A MINHA LIBERDADE?









Como olhar para dentro, enxergar erros e defeitos e não tentar corrigi-los? Como saber a hora certa para os pecados redimir? A juventude permite desvios, nos quais sem saber nos embrenhamos, mas que poderiam ser evitados. Quando jovem o ser humano, nem sempre atento à experientes conselhos comete por ignorar, desconhecer ou até mesmo por rebeldia, atos que no pôr-da-vida lhe trarão algum arrependimento. Mas, se ainda há tempo, desculpe-se.

Digo isso porque hoje, meu neto Erick, de dez anos, ao me ver chegar com um CD do Green Day, uma banda de punk rock norte-americana formada em East Bay, Califórnia, no ano de 1989, que adoro e que quando ouço a todo volume, “Basket Case”, com uma bateria maravilhosa, me enlouquece a alma e deixa-me com a adrenalina em alta. Pediu-me gentilmente: “Vó, por favor, manera no som que preciso estudar pra prova de Matemática...” Travei, lembrando-me das voltas que o mundo dá.

Década de setenta. Completamente integrada a todas as revoluções do país, do planeta e principalmente as de dentro de casa, vivia atazanando meus pais “caretíssimos” a essa altura da vida. Era um tal de " Paz e Amor",“Abaixo a ditadura”, “Abaixo o soutien”, “Fora FMI”, “Paz para o Vietnã” e em casa, "Abaixo a Repressão", é claro. Comprava tudo de rock, "Pink Floyd", "Yes", "Alice Cooper", queria chocar os velhos. Dos brasileiros os “Novos Baianos”, Morais Moreira e sua turma de libertários maravilhosos, “Os Mutantes”, com sua rebeldia em “Panis et circense” e os “Secos e Molhados”. Putz! Gostava de ver o espanto de minha mãe com a androgenia de Ney Matogrosso e, só para aborrecê-la, quando ouvia “Fala”:

"Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu escuto
Se você disser
Tudo o que quiser
Então eu escuto
Fala
lá, lá, lá, lá, lá, lá. lá, lá, lá"

Aumentava todo o volume da vitrola, como que dizendo: “É para você, chata.” Eu, apenas uma adolescente insubordinada mas que queria mudar o mundo? Ou uma rebelde sem causa em busca do aval social para tudo que fazia? Não sei. Só sei que hoje, ao ouvir de meu neto a cobrança pelo espaço que lhe cabe, descubro que a conquista dessa tal Liberdade não associada ao respeito nem a ordem, passou do ponto e que terá de ser reavaliada pela minha geração e pelas seguintes em prol das que virão. Talvez nem seja tão tarde, não é?

Em tempo: “Perdoe-me, mãe!” Quanto ao Green Day, a partir de hoje, só o ouvirei, a todo o volume, no walk-man.

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