segunda-feira, 2 de agosto de 2010
A ULTIMA ENTREVISTA DE JOSÉ SARAMAGO
O escritor português José Saramago 1922-2010) concedeu uma longa entrevista a um jornalista português oito meses antes de morrer. O resultado do encontro está no livro "A Última Entrevista de José Saramago" de José Rodrigues dos Santos, publicado pela Editora Usina de Letras.
O escritor José Saramago, único Nobel em língua portuguesa
Segundo o jornalista, "o livro conta a forma como o Saramago via a literatura e a vida. Essa foi a única entrevista em que ele abordou toda a sua obra do primeiro ao último romance, o que faz do livro um material inédito. Essa publicação é importante porque nos traz os últimos pensamentos do primeiro e único Nobel da nossa língua". Saramago conquistou o Nobel em 1998.
José Rodrigues dos Santos é um prestigiado jornalista português, apresentador da rede RTP, para a qual realizou uma série de entrevistas com escritores como Ian McEwan, Günter Grass, Dan Brown, Isabel Allende, Paulo Coelho e Paul Auster, reunidas no livro Conversas com Escritores.
Título: A Última Entrevista de José Saramago
Autor: José Rodrigues dos Santos
Editora: Usina de Letras
Selo: Vermelho Marinho
Número de páginas: 64
Preço: R$ 18,00
Confira frases de Saramago que estão no livro:
"Uma história bem construída é indispensável; aquilo tem de estar
estruturado, tem de manter-se de pé... Mas nos últimos tempos tornei-me
consciente disso: o fundamental é a linguagem";
"Creio que os leitores tiveram uma parte importante no fato de eu
continuar a escrever. Também é certo que, se continuei a escrever, foi
porque, pelo menos penso eu, tinha alguma coisa para dizer";
"No fundo, para lhe dar uma imagem, é como se o romance fosse o mar e
recebesse água dos seus afluentes, e que esses afluentes fossem, como eu
digo, a poesia, o drama, o ensaio, a filosofia, tudo isso";
"Eu sabia como acabaria o Caim, sei como acabará o livro que neste
momento estou a escrever, e o que costumo dizer é que um romance meu, maior
ou pequeno, no fundo cresce como uma árvore";
"Vi quatro pontos e, para mim, esses quatro pontos eram muito
simplesmente eu. E vim a saber que não eram porque eu estava naquela cama e,
portanto, eu era aquele" ;
"Falamos como quem faz música; toda a fala e toda a música se
constrói com sons e pausas. No meu caso, nos meus livros, nem sequer me
atreveria a chamar à vírgula e ao ponto sinais de pontuação. Chamo-lhes
sinais de pausa: uma pausa breve e uma pausa mais longa - como se fosse
música, digamos assim" ;
"O romance - de acordo com as transformações por que passou
recentemente e continua a passar - deixou de ser um gênero para se
transformar num espaço literário";
"Agora que eu, ainda que ateu, estou empapado em cristianismo, estou
como está você, como está qualquer outra pessoa".
Fonte:
"O Estadão"
UM BOM PRESENTE PARA O DIA DOS PAIS.
LÍGIA SAAVEDRA
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