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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

UM INFAME CIÚME




Rasgo a lembrança em pétalas
para não apagar o amor,
Mas a chama do ciúme
queima-me o pensamento
corrói a alma
revejo a cena infiel entre labaredas
e tento destruí-la.

Ah! O ciúme...
Sentimento que me transmuta os conceitos
lambendo com ódio a tua imagem
dantes tão adorada
Farejo perigo
quero gritar
correr
morder
bater
ferir e até morrer.

Leva-me ciúme!
Zelo excessivo que agora me cega a alma.
Leva-me ciúme!
Meu ato insano há de ser perdoado
a-mor-te-a-paga-a-dor.Será?

No auge da insensata atitude
Rio de ti.
Rio de mim.
Gargalho da vida.
Gargalho da sorte.
Sinto-me entre o trágico e o funesto.

Uma brisa de lucidez sacode-me o senso
Transcendendo a fúria.
E te esbofeteio com o meu
mais mortal
e silencioso:
"Adeus!"

Quem se ama, não mata.


LÍGIA SAAVEDRA

2 comentários:

  1. Ah,amada Lígia. Esse mesmo ciúme um dia me matou por dentro. Arrotei veneno e feri-me até arder a alma. Um dia minha alma ardeu. Ardeu tanto, que ficou com medo de mim que chorou por ti.

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  2. Amiga, devido a recorrência de casos violentos de crimes por ciúmes, tentei passar para o papel este infame sentimento,só não matei a prosa, mas me fiz entender.

    Bj

    ResponderExcluir

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