
TRANSUBSTANCIAÇÃO (
Nato Azevedo)
Tempo demais se passa acumulando
riquezas e um poder que nos oprime,
sem sequer ver que o pobre, ali vagando,
aguarda a caridade que redime.
E quando ao Mundo adeus nós formos dando
sem a nada levar... é quase um crime
não querer se doar, transubstanciando
a alheia dor em fé, gesto sublime.
Doemos nossos órgãos que a partida
vira canto de amor, belo estribilho
a dar alento à gente desvalida.
Darei à existência raro brilho
ao transformar meu "pó" em nova vida,
pois se doou -- inteiro ! -- o Deus-Filho.
O poeta
"Nato" Azevedo sobrevive recolhendo coisas pelas ruas da cidade e as vendendo em praças públicas.
BLUES DA PNEUMONIA (
Nato Azevedo)
I (refrão)
Com pneumonia e mal
fui me tratar lá no SUS...
peguei cólica renal,
gastrite e "mal de avestruz".
I I
Na cama só um lençol,
a comida era "ensopado".
Me cobraram o urinol
num hospital do Estado.
I I I
Num quarto pequeno abessa
tive a família a meu lado.
Se êles não partem depressa...
morria até meu cunhado!
I V
Com 3 semanas de cama
me encomendar' o caixão.
Já morto, fiz minha fama,
com esta triste canção.
(OBS.: versão livre da countryfolk
"Dust Pneumonia Blues", da
banda MUNGO JERRY, 1969/70)
O poeta por ele mesmo:
Carioca de 1º/10/1952, faço poesias desde os 15 anos e contos & crônicas a partir de l988, tendo publicado mais de 50 textos nos jornais de Belém e Ananindeua, cidade vizinha. Membro da UBT-Belém (União Bras. de Trovadores) e da ALA-A (Assoc. de Letras e Artes de Ananindeua) fui vencedor em 9 concursos nacionais de poesia/contos, tenho 51 Menções Honrosas em eventos literários de vinte cidades em 11 Estados e 220 textos em jornais culturais e revistas de 52 cidades em 9 Estados. Estou em 14 coletâneas literárias de 4 Estados, principalmente em obras da IGAÇABA Prod. Culturais, da cidade de Roque Gonzales/RS. Sou compositor de MPB, sambas e rocks sem maiores méritos, fazendo também versões de hits de grandes bandas roqueiras.
Lancei artesanalmente (Edição do Autor, em xerox) PALAVRAS AO VENTO, livreto de poemas & canções com mais de 80 cópias, em 4/1986; coordenei a coletânea com 16 poetas de Vigia/PA, "Livrencontro", em fev./1987, com mais de 200 cópias e editei "QUASE NADA...""miscelânea" com 60 exemplares, em 9/1988.
A partir de dez.1999 produzi o folheto "Jardim de Trovas" nº 0 e 1 (este em nov./2000) e o nº 2, hoje com mais de 500 cópias já enviadas para todo o país, desde junho/2002.
Entre 1990/92 organizei shows anuais em teatros de Belém com artistas de Ananindeua, além de fundar (em 1988, com meu irmão gêmeo Renato) e presidir o CCCP - Centro Cultural de Capoeira do Pará, controverso marco extinto em 6/1992, no qual expedi mais de 300 ofícios diversos defendendo uma visão artítisca dessa luta.
Aguardo a futura (?!) publicação de "QUASE NADA...", estreando como contista e registro as minhas memórias em "AQUELAS TARDES TRISTES...", com cenas da infância no Sul (PR/SC) e "momentos" amazônicos.
Diz, Lígia Saavedra:
Nato Azevedo, é um dono de uma verve rica e inteligente. Pesquisador, leitor e contestador merece há tempos uma publicação onde possa mostrar o seu pensar.
Fontes:
OvermundoBlog de Nato AzevedoMeu coração