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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ENCONTROS E DESENCONTROS DA MUSICA LATINO-AMERICANA



Encontros e desencontros
da música latino-americana

por Gilson Nazareth


A música popular brasileira teve o dom de absorver e tornar sua os demais sons da América Latina.

O bolero e o tango influenciaram nossos compositores e fizeram de nossos conjuntos musicais verdadeiro laboratório da simbiose da América espanhola e portuguesa.

O que os governos não faziam, a música e os filmes o fizeram, bem verdade é que fomos mais receptivos aos valores hispano-americanos do que estes divulgadores dos nossos valores luso-americanos.

Senhores, senhoras, a América Latina no sentido dos três grandes blocos: Do México à Patagônia.

Dançávamos, sussurrávamos aos ouvidos das namoradinhas as letras dos boleros e ouvíamos e vivíamos nossas tramas adolescentes ao som das trágicas letras de boleros e tangos.

Pedro Vargas, Libertad La Marque, Maria Félix, Xavier Cugat, Agostín Lara, fechando com Lucho Gatica e Sarita Montiel.

Já nos anos 30, as grandes companhias de disco americanas, haviam atraído os melhores e os mais populares artistas musicais da América Latina, a ver nossa Carmem Miranda, conseguindo transformar em sucessos do Tio Sam.

Por intermédio desses artistas, agora contratados americanos, foi nos chegando toda música popular ianque em alta fidelidade, e foram, paulatinamente, retirando os latinos das prateleiras de suas ofertas musicais.

O processo de assimilação e transformação inerente ao nosso povo - não fossemos também celtas, que transformavam a cultura alheia em cultura celta - deu troco aos americanos.

Suas orquestras de metais vão dar origem as nossas orquestras de gafieira e consequente inovações na dança.

No seu “for all”, trazido pelos trabalhadores da estrada de ferro, foi transformado em nosso forró.

O jazz, o sacro jazz, vai ser reelaborado pelos filhinhos de papai, com educação pianistica, informação e acesso aos bons discos, em bossa nova.

Os pequenos apartamentos da zona sul carioca, de paredes finas, sem espaço para o piano e com a necessidade de se prender a voz (não havia como sonorizar os vozeirões, até então em moda), vai trazer a música intimista, cantada a voz pequena e acompanhada por um discreto violão.

Nesta altura, os americanos não mais nos mandaram o seu melhor, e veio a época do lixo: da jovem guarda à tropicália.

Aspectos positivos como Renato Russo, Hebert Viana e outros.

Mais lixo quando a música, roupas e danças country se espalham num boom de turismo interno de rodeios. E temos as duplas sertanejas que colocam Catulo e Almir Sater na prateleira, sem falarmos no que não é música e aparece como arte de periferia, quando os governos passam a explorar esta via como fator para angariar votos.

Não mais, Música Para Juventude, Projeto Aquarius, Balé da Juventude e a cultura musical erudita é desmantelada.

Hoje, com o desaparecimento das grandes gravadoras e o aparecimento da internet, começa se ouvir o som de uma nova promessa, em direção à boa musica popular e a universal música erudita.

Oxalá estejamos certos.

Fonte:
www.joaodorio.com

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